Amanhã, 5 de dezembro de 2025, lanço ao público “Leão XIV – A eleição do cardeal Ravasi”, um romance que nasceu de uma descoberta curiosa e quase inacreditável. Revisitando meus arquivos antigos, encontrei um roteiro escrito em 2018 no qual eu narrava a eleição de um papa chamado Leão XIV — sete anos antes de o verdadeiro cardeal Robert Prevost receber exatamente esse nome ao assumir o trono de Pedro. Confesso que essas coincidências me surpreendem até hoje.
Naquele período, eu estava completamente imerso nos thrillers sobre o Vaticano. Criava roteiros, guardava, revisitava, reescrevia, parava… e recomeçava. Assim é a vida de um escritor: sempre em diálogo com os próprios arquivos. Foi folheando esses documentos que me deparei com a história embrionária do cardeal Giuseppe Ravasi, Patriarca de Veneza, que se tornaria papa sob o nome de Leão XIV. Era a semente de um enredo que ficou guardado, esperando o seu momento.
É importante destacar que o Leão XIV da minha ficção não tem relação direta com o Leão XIV da realidade. Enquanto o papa Prevost surgiu como um pontífice moderado, com uma postura equilibrada entre tradição e diálogo, o meu Ravasi segue outro caminho: ele é um progressista decidido a promover uma profunda atualização da mensagem da Igreja. Sua visão ganha forma na encíclica Renovatio Ecclesiae e culmina no ousado Concílio de Veneza, no qual propõe reformas estruturais, pastorais e teológicas.
Ao transformar aquele roteiro de 2018 em romance, busquei aprofundar as tensões internas da Cúria, os jogos de poder, as alianças improvisadas e as disputas silenciosas que moldam um conclave. Minha intenção foi recriar um Vaticano vivo, vibrante e cheio de contrastes — um ambiente em que fé, política e estratégia se cruzam a cada decisão. Ravasi, com seu programa de renovação, acaba se tornando o centro gravitacional de um embate que vai muito além da eleição papal.
Escrever Leão XIV – A eleição do cardeal Ravasi foi, para mim, revisitar a própria essência do que significa imaginar futuros possíveis numa instituição milenar. É fascinante perceber como certas ideias atravessam o tempo — no roteiro de 2018 e no mundo real de 2025 — sobretudo a noção de um “resgate do primado de Pedro”, presente tanto na ficção quanto na leitura contemporânea da Igreja.
O livro estará disponível em edição impressa pela Amazon, Uiclap e Clube de Autores, além das principais plataformas de e-books, como a Kobo. Espero que esta obra ofereça ao leitor não apenas suspense e intriga, mas também a chance de refletir sobre os movimentos internos da Igreja e sobre como a ficção, às vezes, tem o estranho hábito de antecipar a realidade.